23 novembro 2013

25 de Novembro: Dia Internacional Contra a Violência à Mulher


"Agredir a la biodiversidad es violencia contra la mujer"


CONVOCATORIA AL 5º TRIBUNAL ETICO

La Asociación Nacional de Mujeres Rurales e Indígenas, ANAMURI, convoca al Quinto Tribunal Ético a realizarse el 28 de noviembre, de 09:30 hrs. a 14 hrs., en la CUT, Alameda 1346.

Este año el Tribunal Ético debatirá el impacto en la vida de las mujeres campesinas e indígenas y trabajadoras de la agroexportación, causados por las empresas multinacionales, en especial Monsanto, al imponer a la producción agrícola el uso de sus semillas transgénicas y el uso indiscriminado de los agrotóxicos. El daño a la biodiversidad también es daño a las personas y es la hora de decir NO a los responsables.

Elevamos organizadamente nuestras voces para defender la alimentación sana, la no contaminación a la tierra y el agua, por la defensa de la vida.

El modelo neoliberal y el crecimiento de las empresas multinacionales ha profundizado la desigualdad en Chile y la marginalización de campesinas y trabajadoras asalariadas. Actualmente se encuentra en el Senado la Ley de Obtentores Vegetales (UPOV 91) a la espera de ser aprobada con el apoyo de los senadores comprometidos con Monsanto. Nuestro compromiso es continuar movilizándonos para rechazar esta ley.

Con el lema “Las agresiones contra la biodiversidad también es violencia contra la mujer” realizamos el V Tribunal Ético, enmarcado en el Día de la No Violencia hacia las Mujeres que se conmemora internacionalmente el día 25 de noviembre.


21 novembro 2013

Manoel de Andrade - Bandeiras e máscaras

Fotos: divulgação

Esse é o tempo cruel que antecede o amanhecer.
Em seu rastro marcham os filhos das estrelas e os herdeiros da penumbra.
Na moldura das horas as intenções se partem.
Ali, os justos ensaiam seus passos.
Acolá, nos becos, os ânimos crepitam
e engatilham seus gestos.
Nas ruas as faces empunham bandeiras,
as máscaras escondem punhais.


Passo a passo, portando consignas e estandartes, a multidão caminha...
ocupam estradas, bloqueiam rodovias, paralisam cidades,
avançam no seio da tarde denunciando os charcos do poder e os leilões 
da mais-valia.
É o nosso “Dia de Lutas”, gritam os sindicalizados.
São cinquenta, são cem mil pedindo tarifas justas,
terras repartidas, quarenta horas semanais...
Faixas, cartazes, coros e gritos:
“Prisão para os corruptos”, “Punição para os crimes da ditadura”.
“O povo acordou, o povo decidiu, ou para a roubalheira, ou paramos o Brasil”.


Eis o espaço do povo,
eis as ruas virtuais,
é a nova democracia,
pelas redes sociais.
Salve moças e rapazes,
salve as faces descobertas,
salve as bandeiras e os sonhos,
erguidos com transparência.

De repente as fronteiras são rompidas,
sobre as cores da paisagem as máscaras armam seus braços,
quais abutres insaciáveis atacam os cristais e escarram na decência.
Atrás dos grandes escudos os uniformes avançam.
Voam coquetéis e pedras, explodem gazes, morteiros,
soam tiros e foguetes entre o fogo e as barricadas.
Salve os agentes da ordem, salve os bons pretorianos.
O verde-oliva e o negro já cruzam suas espadas,
barras, paus e cassetetes
e as razões abaladas.
Chegou a tropa de choque nos trajes da truculência.
Surge o gesto inconfessável,
surge a fraude na vergonha e o flagrante forjado.
Asco aos falcões do cinismo algemando a inocência.


Eis o palco dos tumultos,
eis as cinzas da batalha,
eis o saldo do espanto
e a multidão dispersada.
Restou o ato incompleto,
sem o hino dos professores,
e sem o eco das promessas
na voz dos governadores.
Massacraram a primavera
e a magia da cidade.
Assustaram os pardais,
retalharam a liberdade.
Eis a cultura que herdamos
a esfolar nossas almas.
Abatido por tantos golpes,
o amor é um silêncio
e as avenidas soluçam,
qual um salgueiro de lágrimas.


E agora, eis-me aqui, diante da poesia,
assistindo desabar as velhas torres do encanto...
Perplexo, que posso ainda?
sou apenas um olhar melancólico diante da esperança.
Indignado ante a mística do horror,
quero transformar em versos os protestos, o confronto, as cicatrizes.
A realidade é um idioma intraduzível,
e eu impotente, ante o mistério sinuoso das palavras.
As palavras, oh! as palavras em sua essência,
elas não se revelam a qualquer poeta...
habitam em seu próprio enigma,
são silentes como os hinos do entardecer...
Nesse impasse, entre as imagens e o lirismo,
ante a sensibilidade e a violência,
sei de um roseiral em flor no caminho dos meus passos,
alhures há um campo de espigas que cantam, balançando ao vento
e, nesta palmeira esbelta, a vida é reproclamada nos trinos de um ninho em festa.


Curitiba, outubro de 2013.