19 março 2012

Frederico Füllgraf - As Malvinas no misterioso mapa de Piri Reis

Ilustrações, de cima para baixo: Piri Reis; seu Mapa Mundi;
costas das Américas; Terra do Fogo com Malvinas;
Linha de Tordesilhas.

Piri Reis, cujo nome de batismo era Hājjī Mehmet, foi um notável  almirante e cartógrafo otomano, nascido em 1465, em Galípoli, Turquia e, virtualmente, o primeiro mapeador do Arquipélago das Malvinas.
Sobrinho e discípulo de Kemal Reïs, aprendeu a navegar aos doze anos de idade. No auge do expansionismo otomano, participou de numerosas batalhas, entre elas o cerco de Veneza (1499 e 1502),  a guerra aos Cavaleiros de Rodes (“Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, Rodes e Malta”, mais conhecida como “Ordem de Malta”, que até os dias atuais desfruta de status diplomático), além do enfrentamento dos assim chamados mamelucos do Egito, em 1523.

Reis foi homem de fina erudição e tinha domínio sobre vários idiomas além do seu, pois falava fluentemente em árabe, grego, espanhol e português.

É muito provável que seu convívio com navegadores espanhóis e portugueses o tenha inspirado a desenhar algumas cartas náuticas e mapas “de ouvido” – todos com algumas deformações na escala Mercator, mas compensadas por espantosa beleza -, porque as esquadras otomanas jamais haviam abandonado os contornos do Mediterrâneo, em direção ao Atlântico.

A maioria destas cartografias ilustra sua obra de maior fama, o Kitab-i-Bahriye, ou “Livro das Matérias Marinhas”, editado sob forma de atlas náutico que Piri Reis dedicou ao sultão Solimão o Magnífico, em 1526, considerado perdido, mas recuperado quatrocentos anos mais tarde, em 1929, e conservado pelo Museu Topkápi de Istambul. A reprodução de seu famoso “Mapa de Piri Reis” ilustra até hoje bilhetes turcos de 10 milhões de Liras.

Integra a coletânea náutica o mapa das costas americanas, traçado em 1528, no qual Piri Reis atualizou informações de cartas náuticas portuguesas, pois ele inclui os descobrimentos feitos por Gaspar de Corte Real, e nele vê-se reproduzidas Cuba e a Flórida, erroneamente  também caracterizada como ilha.

A leste do extremo austral da América do Sul (A Terra do Fogo) cuja reprodução se reconhece “deitada”, percebe-se um conjunto de ilhas, unanimemente identificadas pelos cartógrafos da atualidade como sendo o Arquipélago das Malvinas. E a linha imaginária de Tordesilhas não deixa dúvida: pertencia à Espanha; que o legou à Argentina.


Um comentário:

Anônimo disse...

Interessante interpretação, sem recorrer a extraterrestres anteriores a glaciações.
Aliás, toda a informação referente ao sul da america (e à costa pacífica desse continente, creio que se deve a navegações secretas portuguesas.
A principal prova é a viagem de magalhaes, anos mais tarde, ter rumado diretamente ao paralelo 52º sul, onde o próprio jurava existir 1 estreito que «tinha visto num mapa do rei de Portugal»