18 novembro 2011

Comentários sobre nossos queridos canibais


Ilustração: cacique tamoio, Cunhambebe

por José Carlos Gallas



O Cunhambebe da sua crônica até que está bonito no retrato, na versão inglesa da Wikipedia (vide abaixo). O cocar e o bastão parecem meio fajutos, mas o artista, André de Thevet, da comitiva de Nicolas Durand de Villegaignon e autor das "Singularidades da França Antártica",  também costumava usar de psicografia e relatos de marujos para compor seus retratos e histórias.
(Footnotes of History: Acabo de ler que Thevet disputou com Jean Nicot a "honra" de ter introduzido o tabaco na França).

De qualquer maneira, é certo que nossos indígenas consideravam um desperdício e uma afronta à memória do inimigo morto se não comessem suas carnes:  

"Nós outros, fortes Tamoios, só de heróis fazemos pasto; não queremos com carne vil enfraquecer os fortes", disse Gonçalves Dias, e lança uma dúvida: será que os europeus das longas viagens, rescendendo ao bodum vil dos escrotos e podex lavados nunca ou só por ocasião da Santa Páscoa, eram vistos pelos índios com especial apetite? Deve ser por causa dessa peculiaridade que nunca comeram Staden - pelo menos no sentido estritamente culinário da palavra.

Nenhum comentário: